Quem foi Roboão? A História de Roboão, rei de Judá
Roboão era filho de Salomão com uma mulher amonita que se chamava Naamá (1Rs 14:21,31; 2Cr 12:13). Uma curiosidade: Dentre os filhos homens de Salomão, o único que teve seu nome citado na Bíblia foi Roboão e seu nome significa “um povo aumentou”[1]. Dentre as filhas de Salomão, irmãs de Roboão, são citadas: Tafate (1Rs 4:11) e Basemate. (1Rs 4:15).
A Família de Roboão
Roboão teve dezoito mulheres e sessenta concubinas e gerou vinte e oito filhos e sessenta filhas. Mas ele amava mais a Maaca, filha de Absalão, filho de Davi (2Cr 11:21).
Compreendendo o contexto
Devido aos seus muitos pecados, Deus disse a Salomão que, depois dele, dividiria o trono entre seu filho e um de seus servos. Esse servo era Jeroboão, filho de Nebate, da tribo de Efraim, que recebeu uma profecia de Aías confirmando que ele reinaria sobre as dez tribos de Israel. Contudo, por amor a Davi e a Jerusalém, manteria sob domínio dos seus descendentes apenas uma tribo; essa é a tribo de Benjamim que é onde fica a cidade de Jerusalém (1Rs 11:9-13; 2Cr 11:12), além da própria tribo de Judá (tribo de Davi) que era fiel à Casa de Davi (1Rs 12:21,23).
Antes de morrer, Salomão havia tentado matar Jeroboão e, por isso ele fugiu para perto de Sisaque, o rei do Egito (1Rs 11.26-40).
Após a morte de Salomão, seu filho Roboão reinou em seu lugar (1Rs 11:43). Ele nasceu um ano antes de Salomão assumir o trono de Davi[2]. Ele tinha 41 anos quando começou a reinar, e governou por 17 anos (1Rs 14:21; cf. 2Cr 12.13).
O início do reinado de Roboão
Roboão foi a Siquém, onde todo o povo havia se reunido para fazê-lo rei e, nesse tempo Jeroboão voltou do Egito e veio também com toda a congregação de Israel. Nessa época, Roboão tinha quarenta e um anos de idade. Embora já era uma adulto, ainda era totalmente inexperiente em relação à administração do reino (2Cr 13:7).
O protesto do povo
Os israelitas estavam cansados de pagar tantos impostos para manter a grande quantidade de mulheres que Salomão havia tomado, além dos muitos luxos que o reino tinha se habituado. Tudo isso, custava muito caro ao povo. Então, pediram que Roboão aliviasse as cargas tributárias (1Rs 12:1-4).
Talvez querendo parecer agir com justiça, Roboão pede ao povo que volte a falar com ele após três dias (1Rs 12:5). Certamente, o povo ficou na expectativa de que Roboão fosse buscar alguma orientação no Senhor, como fazia Davi[3], até porque o “terceiro dia” estava na mente dos israelitas como um período de preparação para ouvir a voz de Deus como ocorreu no monte Sinai[4].
O conselho dos amigos de Roboão
Roboão foi falar com os anciãos que estiveram diante de Salomão e eles sugeriram que o rei abaixasse as taxas que traziam tanto peso ao povo. Se fizesse isso, atendendo ao pedido do povo, eles o serviriam em todo o tempo. Mas, Roboão não ficou satisfeito com essa ideia e buscou conselhos com seus amigos que haviam crescido com ele. Eles disseram para que Roboão aumentasse ainda mais a carga de impostos e ainda fizesse uma ameaça de que ele seria ainda mais duro com o povo durante seu reinado do havia sido Salomão, seu pai (1Rs 12:6-11).
O povo volta para ouvir a resposta do rei
Ao terceiro dia, Jeroboão veio com todo o povo para ouvir qual seria a decisão tomada pelo rei. Mas, Roboão, desprezando a sabedoria dos anciãos, preferiu a arrogância dos seus amigos e, assim deu uma dura resposta ao povo e disse: “— Meu pai colocou sobre vocês um jugo pesado, mas eu vou aumentar ainda mais o peso. Meu pai castigou vocês com chicotes; mas eu vou castigar vocês com escorpiões[5]” (1Rs 12:14). E assim, não deu ouvidos às demandas do povo. Mas ele não sabia que essa reviravolta vinha do Senhor, para confirmar a palavra do profeta Aías, o silonita, a Jeroboão, filho de Nebate (1Rs 12:12-15).
A revolta das dez tribos de Israel
Quando o povo de Israel percebeu que rei não daria ouvidos aos seus pedidos, rejeitaram se submeter ao reinado de Roboão. Eles disseram que não tinham consideração alguma em relação à casa de Davi, e então, cada um voltou para sua casa. Roboão ficou reinando apenas sobre os moradores das cidades de Judá (que era a tribo de Davi) e sobre Benjamim (1Rs 12:21,23; 2Cr 11:12).
Uma tentativa de diálogo por meio de Adonirão
Em seguida o rei tentou usar um antigo servo de Salomão, chamado Adonirão, para tentar reestabelecer a paz com o povo de Israel, mas eles mataram Adonirão e assim, Israel permaneceu revoltado contra a casa de Davi (2Cr 10:19). O povo de Israel mandou chamar a Jeroboão para a congregação e o fizeram rei sobre todo o Israel. Ninguém seguiu a casa de Davi, a não ser a tribo de Judá (1Rs 12:16-20), vemos que a tribo de Benjamim aderiu ao rei Roboão (cf. 1Rs 12:21,23; 2Cr 11:12).
Deus proíbe Roboão de fazer guerra contra as dez tribos de Israel
Após esse impasse em Siquém, Roboão consegue fugir e voltar para Jerusalém (2Cr 10:18) e reuniu todos os homens de guerra das tribos de Judá e Benjamim (que formaram a “Casa de Judá”). Esse exército, formado para tentar restituir essa parte do reino para Roboão, tinha 180 mil homens escolhidos, treinados para a guerra, que estavam prontos para lutar contra a “Casa de Israel” (que era o reino das 10 tribos do norte, governadas por Jeroboão).
Mas Deus mandou o profeta Semaías, dizer o seguinte: “Não subam, nem lutem contra os seus irmãos, os filhos de Israel. Que cada um volte para a sua casa, porque eu é que fiz isto” (1Rs 12:24; 2Cr 11:1). Então, eles obedeceram à palavra do SENHOR e voltaram para suas casas. (1Rs 12:22-24; 2Cr 11:2-4)
O reinado de Roboão
Roboão ficou morando em Jerusalém e, para se defender, fortificou várias cidades[6] de Judá e de Benjamim transformando essas cidades em verdadeiras fortalezas onde ele guardava todo tipo de alimento, além de azeite e vinho. O rei também procedeu com sabedoria distribuindo todos os seus filhos por todas as terras de Judá e Benjamim, por todas as cidades fortificadas os colocou entre os governantes e forneceu um arsenal de escudos e lanças (2Cr 11:5-12, 23).
A adesão dos sacerdotes, levitas e outros homens
Todos os sacerdotes e os levitas abandonaram suas cidade e propriedades e foram para Judá e Jerusalém (onde estava o Templo), porque foram expulsos de Israel pelo rei Jeroboão e seus filhos. Além deles, vários homens de todas as tribos de Israel que, de coração, resolveram buscar ao Senhor, Deus de Israel, foram para Jerusalém, oferecer sacrifícios ao Senhor, Deus de seus pais (2Cr 11:13-16).
Isso fez com que em apenas três anos o reino de Roboão ficasse muito forte e se firmou. Durante três anos eles andaram no caminho de Davi e de Salomão (2Cr 11:17).
O pecado de Roboão e Judá
Logo após Roboão ter confirmado o seu reino e se fortalecido, no quarto ano de seu reinado, ele abandonou a Lei de Deus e o povo fez o mesmo. Roboão se desviou, porque não firmou o seu coração para buscar ao Senhor (2Cr 12:1,14).
Nesses dias, o povo de Judá fez o que era mau aos olhos do Senhor e “edificaram altos, estátuas, colunas e postes-ídolos sobre todas as colinas e debaixo de todas as belas árvores verdes. Também surgiram na terra de Judá, prostitutos cultuais e eles fizeram todas as coisas abomináveis que faziam as nações que o SENHOR tinha expulsado de diante dos filhos de Israel (1Rs 14:22-31; cf. 2Cr 12.1-16).
Sisaque, rei do Egito invade Jerusalém
Apenas um ano depois de terem abandonado ao Senhor a consequência do pecado veio de forma avassaladora contra a Casa de Judá. No quinto ano[7] do reinado de Roboão, Sisaque, rei do Egito[8], atacou Jerusalém levando embora os tesouros do Templo[9] além dos tesouros do palácio do rei. Ele levou tudo, inclusive todos os 300 escudos de ouro[10] que Salomão tinha feito e que ficavam na Casa do Bosque do Líbano (1Rs 14:25-26; 2Cr 12:1-4,9-). Então Roboão teve que fazer novos escudos; mas dessa vez, ele fez os escudos de bronze (1Rs 14:27-28).
O arrependimento de Roboão e os príncipes de Israel
Deus enviou o profeta Semaías para falar com Roboão e com os príncipes de Judá que disse: — Assim diz o SENHOR: “Vocês me abandonaram, e por isso eu os abandonei, entregando-os nas mãos de Sisaque” (2Cr 12:5).
Ao ouvirem essa dura palavra, Roboão e os príncipes de Israel se humilharam e disseram que o Senhor estava sendo justo nessa situação. Após isso, Deus disse a Semaías que, por terem se humilhado, não deixaria que Judá e Jerusalém fossem totalmente destruídas por meio de Sisaque; contudo, seriam servos do rei do Egito, para que percebessem a diferença entre servir a Deus (que eles abandonaram) e servir aos reinos da terra (2Cr 12:6-8). Então, a Bíblia diz que, “pelo fato de Roboão ter se humilhado, a ira do SENHOR se afastou dele, e não houve destruição total. Porque em Judá ainda havia boas coisas” (2Cr 12:12).
Outros detalhes da vida de Roboão
A Bíblia diz que Roboão e Jeroboão estiveram sempre em guerra (1Rs 14:30; 2Cr 12:15). Quanto aos demais atos de Roboão e a tudo o que ele fez, ficou registrado nos antigo Livro da História dos Reis de Judá, no Livro da História de Semaías, o profeta, e no Livro da História de Ido, o vidente, no registro das genealogias (1Rs 14:29; 2Cr 12:15). Roboão então morreu aos 58 anos e foi sepultado nos túmulos de seus pais, na Cidade de Davi. E seu filho Abias, reinou em seu lugar (1Rs 14:29,31; 2Cr 12:16).
Notas de Rodapé
[1] Roboão רְחַבְעָם Rechabʿam – cf. STRONG h7346 (Strong, James. Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong. Sociedade Bíblica do Brasil, 2002.)
[2] Salomão reinou durante 40 anos (1Rs 11:42; 2Cr 9:30).
[3] Davi consultava ao Senhor para tomar decisões importantes (1Sm 23:2; 30:8; 2Sm 2:1; 5:19,23; 21:1; cf. 1Cr 14:10,14).
[4] O próprio Deus diz para que o povo estivesse pronto, se santificando para que ao terceiro dia eles pudessem ouvir a voz do Senhor (Êx 19:15,16).
[5] Tradução livre do texto de 1Rs 12:14.
[6] As cidades fortificadas são: Belém, Etã, Tecoa, Bete-Zur, Socó, Adulão, Gate, Maressa, Zife, Adoraim, Laquis, Azeca, Zorá, Aijalom e Hebrom.
[7] O Templo de Salomão ficou completo com toda sua riqueza e a glória dos tesouros apenas pelo período exato de 33 anos! Isso certamente deve te lembrar de algo importante acerca da vida de Jesus Cristo!
[8] Sisaque, rei do Egito, tinha dado abrigo a Jeroboão (cf. 1Rs 11:40), que agora era rei de Israel e inimigo de Roboão. Essa invasão pode ter sido motivada por essa rivalidade.
[9] Entre os Tesouros do Templo estavam uma grande quantidade de prata e ouro dos despojos que Davi consagrou ao Senhor: “… objetos de prata, de ouro e de bronze, os quais também o rei Davi consagrou ao SENHOR, juntamente com a prata e o ouro que já havia consagrado de todas as nações que sujeitara: da Síria, de Moabe, dos filhos de Amom, dos filisteus, de Amaleque e dos despojos de Hadadezer, filho de Reobe, rei de Zobá. (2 Samuel 8:10-12) – “Quando o rei Salomão terminou toda a obra que fez para a Casa do SENHOR, trouxe as coisas que Davi, seu pai, havia dedicado: a prata, o ouro e os utensílios. Salomão pôs tudo isso entre os tesouros da Casa do SENHOR.” (1 Reis 7:51; cf. 2 Crônicas 5:1).
[10] Os 300 escudos de ouro que Salomão fez (1Rs 10.17; 2Cr 9.16).
Deus te abençoe!
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Muito bons esses estudos