Quem foi Asa? A História de Asa, rei de Judá
Asa significa “curador; nocivo (?)”[1].
Foi o 3º rei de Judá após a divisão do reino e reinou entre 952 a.C. a 912 a.C.[2]
Quem foi a mãe de Asa?
Entenda o contexto: Roboão se casou com Maaca e teve um filho chamado Abias (2Cr 11:20-22; cf. 1Rs 15:1-2).
Abias teve um filho chamado Asa, que se tornou rei de Judá.
O texto bíblico diz que “a mãe dele [de Asa] se chamava Maaca, e era filha de Absalão” (1Rs 15:10).
[* Veja todos detalhes sobre a esposa de Roboão, no artigo: “Quem foi Maaca?”].Após a morte de Abias, Asa, seu filho, reinou em seu lugar (1Rs 15:8; 2Cr 14:1).
O início do reinado de Asa
Asa começou muito bem seu reinado, fazendo o que era bom e reto aos olhos do Senhor. Ele tirou da terra de Judá todos os prostitutos cultuais, quebrou as colunas e cortou os postes da deusa Aserá. Também removeu todos os ídolos que seus antepassados tinham feito, abolindo o culto nos lugares altos e os altares de incenso. Além disso, Asa ordenou que as pessoas de Judá buscassem ao Senhor, Deus de seus pais, e que observassem a Lei e os mandamentos. (1Rs 15:11,12; 2Cr 14:2-5).
Seu reinado em Judá durou 41 anos e começou no vigésimo ano do reinado de Jeroboão, rei de Israel (1Rs 15:9,10).
Um período de paz no início do reinado
Por causa dessas reformas religiosas iniciais de Asa, a terra de Judá esteve em paz durante os primeiros dez anos de seu reinado (2Cr 14:1-7).
O livro dos Reis destaca que Asa seguiu o exemplo de “Davi, seu pai”. Além disso, as Crônicas dão ênfase em sua fé no “Senhor, seu Deus” (1Rs 15:11; cf 2Cr 14:2). Assim como Davi, o rei Asa jamais se prostrou diante de outros deuses e, é nesse sentido que “o coração de Asa foi fiel ao SENHOR durante toda a sua vida” (2Cr 15:17).
A força militar do exército de Asa
Asa tinha um exército composto por valentes homens de combate. Só dos homens de Judá equipados com escudos grandes e lanças eram 300 mil, e entre os homens de Benjamim 280 mil, armados com escudos pequenos e arcos (cf. 2 Crônicas 14:8). O tamanho total do exército de Asa era de 580 mil homens.
Zerá, o etíope tenta invadir Judá
No décimo primeiro (11º) ano do reinado de Asa, Zerá, o etíope tenta invadir Judá com um exército de 1 milhão de homens e 300 carros de guerra. Mais à frente, descobrimos que esse exército era composto de etíopes e líbios com muitos carros de guerra e cavaleiros (2Cr 16:8). Zerá, o etíope, avança com seu poderoso exército até a cidade chamada Maressa, localizada nas terras baixas de Judá. Então Asa saiu contra ele até o vale de Zefatá, que fica na parte ocidental de Judá, próximo a Maressa.
Asa clamou ao Senhor e pediu por socorro, reconhecendo que não teria forças para vencer aquela batalha. Então Asa disse:
“— SENHOR, além de ti não há quem possa socorrer numa batalha entre o poderoso e o fraco. Ajuda-nos, SENHOR, nosso Deus, porque em ti confiamos e no teu nome viemos contra esta multidão. SENHOR, tu és o nosso Deus; que não prevaleça contra ti o homem.” (2 Crônicas 14:11)
O próprio Deus derrotou Zerá e seu exército diante de Judá e eles fugiram. Asa e seu exército perseguiu os etíopes e os líbios até uma cidade dos filisteus ao sul de Gaza chamada Gerar. Todos os inimigos foram mortos e seus despojos foram levados para Judá. Além disso, eles despojaram todas as cidades ao redor de Gerar, porque o terror do Senhor havia invadido aquela região. Dali levaram também muitas ovelhas e camelos para Jerusalém (2Cr 14:12-15).
O profeta Azarias
Nesse tempo, o profeta Azarias, filho de Odede, foi inspirado pelo Espírito de Deus para falar com o rei Asa e disse:
“— Asa e todo o Judá e Benjamim, escutem! O SENHOR está com vocês, enquanto vocês estão com Ele. Se o buscarem, Ele se deixará achar; mas, se o deixarem, Ele também os deixará” (2Crônicas 15:2, grifo nosso).
Azarias continua a exortar e animar o rei Asa explicando os motivos
“Ao ouvir estas palavras e a profecia do profeta, filho de Odede, Asa se animou e tirou as abominações de toda a terra de Judá e de Benjamim, bem como das cidades que havia conquistado na região montanhosa de Efraim. Ele renovou o altar do SENHOR, que estava diante do pórtico do SENHOR. Congregou todo o Judá e Benjamim e também os de Efraim, Manassés e Simeão que estavam morando entre eles, porque muitos de Israel passaram para o lado de Asa, vendo que o SENHOR, seu Deus, estava com ele” (2 Crônicas 15:8-9).
Maaca é deposta por causa da idolatria
Asa depôs Maaca sua “mãe-avó” da dignidade de rainha-mãe por que ela tinha feito uma imagem abominável para servir de poste-ídolo da deusa Aserá. Então Asa destruiu essa imagem, reduzindo a pó e também a queimou no vale de Cedrom (1Rs 15:13; 2Cr 15:16). Porém, os lugares altos, não foram tirados de Israel. (2Cr 15:17).
Alegria que durou pouco
Essa reforma religiosa ocorreu no décimo quinto (15º) ano do reinado de Asa. Mas, essa alegria durou pouco, muito pouco. Pois, no ano seguinte, ao ser confrontado pelo rei de Israel, Asa preferiu confiar nos homens do que no Senhor para lhe dar a vitória!
Desde a tentativa de invasão de Zerá, o etíope, no décimo primeiro ano (11º) até o décimo sexto (16º) ano[3] do reinado de Asa; que era o trigésimo quinto (35º) ano, desde a divisão do reino (2Cr 15:19)[4], a terra de Judá ficou em paz.
Os cinco anos de paz desde a investida de Zerá, o etíope, foram bruscamente interrompidos pelo medo de Asa, que não pediu a Deus para livrá-lo da investida de Baasa.
Asa, rei de Judá e Baasa, rei de Israel nunca tiveram uma aliança (1Rs 15:16). Então, no trigésimo sexto (36º) ano desde a divisão do reino, que era o décimo sétimo (17º) ano do reinado de Asa[5], Baasa, rei de Israel, invadiu Judá e fortificou Ramá, para que ninguém pudesse entrar nem sair do território de Asa, rei de Judá. (cf. 1 Reis 15:16-17).
Para compreender esse ponto, observe a Tabela dos Reis de Israel e Reis de Judá, que Baasa começou a reinar no 3º ano de Asa, e reinou durante 24 anos. Portanto, Baasa, rei de Israel, morreu no 26º ano de Asa, rei de Judá. Sendo assim, Baasa não poderia estar vivo durante o 35º ou 36º ano de Asa. Para mais detalhes, leia as NOTAS de Rodapé, ao final desse artigo.
Guerra contra Baasa
Ao invés de pedir socorro ao Senhor, como na primeira vez, ele “tirou prata e ouro dos tesouros da Casa do SENHOR e dos tesouros do palácio real e enviou servos a Ben-Hadade, rei da Síria, que morava em Damasco” (2Cr 16:2) e assim pediu que Ben-Hadade revogasse sua aliança com Baasa e fizesse aliança com ele.
O rei Asa também preparou sua defesa fazendo um poço. E foi nesse poço que muitos anos depois, Ismael, filho de Netanias, jogou os corpos dos homens que havia matado, juntamente com o de Gedalias, filho de Aicam, tinha sido cavado pelo rei Asa para defender-se de Baasa, rei de Israel. Ismael, filho de Netanias, encheu-a com os mortos. (Jeremias 41:9).
A aliança entre Asa e Ben-Hadade, rei da Síria
Ao que parece, Asa teve sucesso em sua aliança com Ben-Hadade, que enviou seu exército contra Israel e conquistou as cidades de Ijom, Dã, Abel-Maim[6] com toda a região de Quinerete[7] e todas as cidades-armazéns de Naftali. O rei Baasa então abandonou o projeto de fortificar os muros de Ramá e ficou quieto na cidade de Tirzá (1Rs 15:17-21; cf. 2Cr 16:4-5).
Então o rei Asa reuniu todos os homens de Judá, e eles retiraram as pedras e a madeira de Ramá que Baasa havia usado e com esse material, Asa fortificou, no território de Benjamim, as cidades de Geba e Mispá (1Rs 15:22; cf. 2Cr 16:6).
O profeta Hanani repreende Asa
Parecia estar tudo bem. Sucesso na guerra, povo feliz, etc. Mas, nem tudo que reluz é ouro. Se Deus estava fora desse negócio, então o brilho dessa vitória era artificial.
Por isso, o Senhor enviou o profeta[8] Hanani para repreender a atitude de Asa. Hanani lembra que Deus já havia livrado Asa do poderoso exército de Zerá, o etíope e diz que Asa cometeu grande loucura ao deixar de confiar em Deus para confiar no rei da Síria. Hanani termina dizendo que, a partir daquele momento, haveria guerras contra ele (2Cr 16:9).
Ao invés de se arrepender, o rei Asa mandou prender o profeta e ainda passou a oprimir alguns do povo (2Cr 16:10)! Assim, devido sua insistente desobediência, ficamos sabemos que os próximos 25 anos foram de guerras contra Asa, rei de Judá.
A morte de Asa
Os demais detalhes da vida de Asa, rei de Judá, como todo o seu poder, a tudo o que fez e às cidades que edificou, ficaram registrados no antigo livro da História dos Reis de Judá e de Israel (1Rs 15:23; 2Cr 16:11).
No 39º ano de seu reinado, Asa contraiu uma doença muito grave nos pés. Mais uma vez, ao invés de confiar em Deus, ele preferiu confiar nos homens. Asa confiou nos médicos e morreu no 41º ano de seu reinado (1Rs 15:24; 2Cr 16:12,13).
Asa foi sepultado no túmulo que ele tinha mandado abrir para ele na Cidade de Davi. Ele foi colocado no leito cheio de perfumes e de várias especiarias, preparados de acordo com a arte dos perfumistas. Depois fizeram uma grande fogueira em honra dele (1Rs 15:24; 2Cr 16:14).
Josafá, seu filho, continuou com a dinastia de Davi, sobre a Casa de Judá (1Rs 15:24; 2Cr 17:1).
Bibliografia
BÍBLIA SAGRADA. Bíblia Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida. 3ª ed. (Nova Almeida Atualizada). ed. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.
MORAIS, Felipe. Cronologia da Bíblia – A Bíblia em Ordem Cronológica. Curso Bíblico Online, 2023. Disponível em: <www.cronologiadabiblia.com.br>.
STRONG, J. Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2002.
Notas de Rodapé
[1] Asa אָסָא ’Aca’, significa “curador; nocivo (?)” – cf. STRONG h0609 (Strong, James. Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong. Sociedade Bíblica do Brasil, 2002.)
[2] (MORAIS, Felipe – Cronologia da Bíblia – A Bíblia em Ordem Cronológica, 2023)
[3] A referência à divisão do reino usada aqui como datação, pode ser explicada, por ser a primeira vez que ocorreu o fato de um rei de Israel invadir e edificar (ou fortalecer) uma cidade no território de Judá, desde houve a divisão entre o reino de Israel e o reino de Judá.
Como entender 2Cr 15:19 e 2Cr 16:1 [Nota seguinte]
[4] Como entender 2Cr 15:19 e 2Cr 16:1? Ambos os versos se referem ao período desde a divisão do reino. Portanto, a tradução literal desses versos deve trocar “DO” por “NO” para compreensão correta desse período: “Não houve guerra até o trigésimo quinto ano no reinado de Asa.” (2Cr 15:19). A mesma questão ocorre no versículo seguinte: “No trigésimo sexto ano no reinado de Asa, Baasa, rei de Israel, invadiu Judá e começou a edificar a cidade de Ramá, para impedir a entrada e a saída do território de Asa, rei de Judá.” (2Cr 16:1) Uma vez que Baasa morreu no vigésimo sexto (26º) ano de Asa, ele não poderia estar vivo trigésimo quinto (35º) ano nem no trigésimo sexto (36º) ano do reinado de Asa. [* veja nota anterior]
[5] Baasa morreu no vigésimo sexto (26º) ano do reinado de Asa, rei de Judá. Já o rei Asa, morreu no quarto (4º) ano do reinado de Acabe, que era também o décimo primeiro (11º) ano do reinado de Onri. Para mais detalhes, sobre essa sobreposição de Onri e seu filho Acabe, acesse o Mapa Cronológico da Bíblia disponível em (www.cronologiadabiblia.com.br). Sobre detalhes de quando Baasa invadiu o território de Asa, leia a nota anterior que tem por título: “Como entender esses dois versos?”.
[6] A cidade de Abel-Maim é também conhecida como Abel-Bete-Maaca (2Cr 16:4 compare com 1Rs 15:20; ver também: 2Sm 20:14,15; 2Rs 15:29).
Mar da Galileia, Mar de Quinerete, Mar de Tiberíades, Lago de Genesaré [Nota seguinte]
[7] Quinerete – o “mar de Quinerete” (Nm 34:11; Dt 3:17; Js 11:2; 12:3: 13:27: 19:35; 1Rs 15:20) é o nome antigo do “Lago de Genesaré” (Lc 5:1; cf Mt 4:18), mais conhecido como “Mar da Galileia” (Mt 4:18; 15:29; Mc 1:16; 3:7; 7:31), que também recebe o nome de “Mar de Tiberíades” (João 6:1,23; cf. João 21:1).
[8] Nessa época os Profetas eram chamados Videntes simplesmente por ter visões de Deus. “Antigamente em Israel, quando alguém ia consultar a Deus, dizia: ‘Vamos ao vidente’, pois o profeta de hoje era chamado vidente.” (1 Samuel 9:9). Confira também: (1Cr 29:29; 2Cr 9:29; 12:15; 29:25).
Deus te abençoe!
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