Qual a diferença entre Pregação, Ensino e Profecia?

Qual a diferença entre Pregação, Ensino e Profecia?

Embora a pregação e o ensino seja de certo modo uma anunciação das profecias divinas contidas nas Escrituras, não devemos confundir com o ministério de profeta (Ef 5.11) e a manifestação do Dom de profecia (1Co 14).

Assim como os Evangelistas (pregação) e os Mestres (ensino), os Profetas (profecia) trazem à Igreja a edificação necessária por meio da edificação, exortação e consolação, pois “o que profetiza fala aos homens, edificando, exortando e consolando.” (1 Coríntios 14:3).

Portanto, o objetivo é sempre o mesmo: Edificação, exortação e consolação. Mas a forma e método é bem diferente!

Para entender melhor, abra sua Bíblia e confira todas as referências bíblicas citadas.

Enquanto a Pregação e Ensino estão relacionados aos dons de Palavra de Sabedoria e Conhecimento (1Co 12.8) e ao ministério do Evangelista, Pastor ou Mestre (Ef 5.11). Todos esses usam exclusivamente as Sagradas Escrituras para transmitir a Mensagem do Evangelho aos homens de forma abrangente e generalizada.

Profetizar (i.e., falar sob inspiração divina) está ligado ao dom de profecia e revelação (1Co 11.10; 1Co 14.1-5, 30) e ao ministério do Profeta (Ef 5.11). Trata-se de trazer uma mensagem direta de Deus a uma pessoa ou grupo acerca de alguma necessidade específica para aquele tempo ou situação, trazer a tona segredos do coração, entre outras coisas que demonstrarão ao receptor da mensagem que Deus está falando diretamente com Ele naquela situação (1Co 14.24,25).

Algumas pessoas erroneamente acreditam que não há mais o ministério profético no Novo Testamento, e alegam que esse verso estaria apoiando essa ideia: “Porque todos os Profetas e a Lei profetizaram até João.” (Mateus 11:13). Ou seja, a Lei e os Profetas profetizaram acerca da chegada do Messias, até João. Eles não observam que Jesus está se referindo à Lei e os Profetas, isso é uma referência ao Antigo Testamento (Antiga Aliança). Para ficar mais claro, leia esse mesmo texto no evangelho de Lucas: “A Lei e os Profetas vigoraram até João; desde esse tempo, vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça por entrar nele.” (Lucas 16:16). Ou seja, Jesus não está dizendo que João, o batista, foi o último profeta. Afinal, o próprio Jesus que veio depois de João era considera um profeta: “Jesus, o Nazareno, que era varão profeta, poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo” (Lucas 24:19) isso cumpre exatamente a profecia por meio de Moisés que dizia: “O SENHOR, teu Deus, te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás” (Deuteronômio 18:15).

Logo, mesmo após João, o batista, o Senhor Deus continuou a levantar profetas e assim será até a Vinda de Cristo. Um bom exemplo disso são as 2 Testemunhas do Apocalipse que profetizam e são profetas: “Darei às minhas duas testemunhas que profetizem por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco.” (Apocalipse 11:3). “Elas têm autoridade para fechar o céu, para que não chova durante os dias em que profetizarem. Têm autoridade também sobre as águas, para convertê-las em sangue, bem como para ferir a terra com toda sorte de flagelos, tantas vezes quantas quiserem.” (Apocalipse 11:6). Portanto, as 2 Testemunhas não apenas têm o dom espiritual de profecia quando profetizam, como exercem o ministério de Profeta, sendo chamados de “dois profetas” (Apocalipse 11:10). E isso no tempo do fim, deixando claro que, desde o início da Igreja até a Vinda de Cristo os dons espirituais estão sempre ativos!

Observe que, na Igreja Primitiva, é reconhecido o ministério dos profetas no Novo Testamento, pois é dito que “havia na igreja de Antioquia profetas e mestres” (Atos 13:1), “Judas e Silas, que eram também profetas” (Atos 15:32).

A manifestação do dom de profecia estava evidenciado na Igreja, não somente na liderança como entre o povo. Podemos ver isso quando entre os sete diáconos (cf. Atos 6.5), “Filipe, o evangelista, que era um dos sete, … tinha este quatro filhas donzelas, que profetizavam” (Atos 21:8-9).

Veja que Ágabo, o profeta, não usou as Escrituras, mas disse que o Espírito Santo o havia revelado algo sobre uma grande fome que haveria por todo o mundo (At 11.27-30). Observe que não era apenas Ágabo, mas haviam vários: “Naqueles dias, desceram alguns profetas de Jerusalém para Antioquia, e, apresentando-se um deles, chamado Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que estava para vir grande fome por todo o mundo (Atos 11:27-28), e depois o Espírito Santo lhe revelou que haveriam perseguições e sofrimentos na trajetória do apóstolo Paulo (Atos 21.8-16). Embora o profeta Ágabo, não tenha usado as Escrituras para transmitir a mensagem direta de Deus, sua mensagem como a de qualquer outro profeta, jamais pode ser contraditória com as Santas Escrituras. Ou seja; a Bíblia diz que mentira é pecado, logo, uma profecia vinda da parte de Deus jamais vai ordenar você a mentir, divorciar, etc.

Por isso, toda profecia deve ser julgada (1Co 14.29) afim de que não seja contrária à Palavra de Deus, como devemos também julgar (discernir) a Pregação e o Ensino (1 Coríntios 10:15), como quando Paulo pregou na sinagoga dos judeus na cidade de Bereia que “examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.” (Atos 17:11), muitos desse judeus acabaram crendo em Jesus Cristo!

Convido você a abandonar as ideias que negam as Escrituras dizendo que os dons cessaram e voltemos para a Doutrina dos Apóstolos (Atos 2:42):

“Segui o amor e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar … Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar e não proibais falar línguas. Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.” (1 Coríntios 14:1,39-40)

• Para um estudo mais detalhado sobre o tema leia também: Quem disse que João Batista foi o último profeta?

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