Os Diáconos e o Diaconato na Igreja Primitiva

Vamos ao que a Bíblia diz sobre os diáconos.

A necessidade dos diáconos ocorre aqui em Atos dos Apóstolos:

Ora, naqueles dias, multiplicando-se o número dos discípulos, houve murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas na distribuição diária. Então, os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas. Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço; Atos 6:1-3

Podemos observar que a atividade de “distribuição diária” de alimentos para “servir às mesas” era uma importante tarefa na igreja primitiva.

Pouco antes, podemos ler o seguinte:

E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos. Atos 2:42-47

Ou seja: A Igreja é uma Família! Exatamente por isso, nós chamamos uns aos outros de “irmãos”!

Eles tinham prazer e alegria em estarem juntos! Eles se amavam! Todos os dias se reuniam para orar, falar das grandezas de Deus, cantar com alegria (cf. Tg 5.13) e comer juntos. A Igreja é o Corpo de Cristo (cf. 1Co 12.27, Ef 4.12), ela é um Organismo Vivo!

Infelizmente, essa rotina familiar foi sucumbindo até que os irmãos se tornaram apenas pessoas que acreditam nas mesmas coisas mas que não vivem as mesmas experiências, não sofrem as mesmas dores (De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam.” 1 Coríntios 12:26).

As poucas (e frágeis) reuniões de comunhão que temos atualmente não passam de lanches rápidos onde não se percebe um real interesse nas lutas e problemas uns dos outros. A igreja está recheada de entretenimentos, eventos chamativos, mas totalmente superficiais. Não há relacionamento genuíno. E, tudo isso, porque não há a prática do amor:

“Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.” 1 João 3:17-18

É aí que, segundo a Bíblia, está o grande e importante papel do diácono na igreja. Além das exigências (homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria) vemos os critérios apresentados pelo apóstolo Paulo a Timóteo:

Semelhantemente, quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados a muito vinho, não cobiçosos de sórdida ganância, conservando o mistério da fé com a consciência limpa. Também sejam estes primeiramente experimentados; e, se se mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato. Da mesma sorte, quanto a mulheres, é necessário que sejam elas respeitáveis, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo. O diácono seja marido de uma só mulher e governe bem seus filhos e a própria casa. Pois os que desempenharem bem o diaconato alcançam para si mesmos justa preeminência e muita intrepidez na fé em Cristo Jesus. 1 Timóteo 3:8-13

O apóstolo Paulo cita os diáconos juntamente com os bispos demonstrando assim a importância do diaconato no funcionamento da Igreja local:

Paulo e Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os santos em Cristo Jesus, inclusive bispos e diáconos que vivem em Filipos, Filipenses 1:1

Os diáconos que servirem bem, alcançarão uma maior posição no ministério (os que desempenharem bem o diaconato alcançam para si mesmos justa preeminência) e poderão exercer a função de bispos após serem experimentados no trabalho.

Há uma exigência sob o bispado de ser “não avarento” (1 Timóteo 3:3) e “nem cobiçoso de torpe ganância” (Tito 1:7).

Ambas as características são extremamente prejudiciais ao bom andamento da obra de Deus: Avareza x Ganância.

O avarento não compartilha nada com ninguém, é mesquinho.

O ganancioso deseja ter sempre mais, nunca está satisfeito com o que possui.

A avareza impede de contribuir com generosidade, enquanto a ganância é a sede insaciável de receber cada vez mais.

Portanto, todos os irmãos em Cristo, e principalmente (mas não exclusivamente) os bispos e diáconos (ou candidatos a tais funções) devem ser exemplo na contribuição de forma liberal (Rm 12.8; 2Co 9.13), e na administração das coisas de Deus de modo que isso possa servir de testemunho para habilitá-los a serem escolhidos para cuidar do povo de Deus.

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