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INTRODUÇÃO À CRISTOLOGIA

INTRODUÇÃO À CRISTOLOGIA

CRISTOLOGIA – do grego (khristós), Cristo, Ungido e (Logos), palavra, assunto, conversa, discurso, expressão, tratado. É o ramo da teologia que estuda e define a natureza de Jesus, a doutrina da pessoa e da obra de Jesus Cristo.

Qualquer estudo sobre a pessoa de Cristo pode abordar apenas a superfície, porque o retrato de Jesus na Escritura é tão profundo que desafia a capacidade humana de compreendê-lo totalmente. (SPROUL, 2017, p. 192)

Esse estudo se faz necessário diante dos vários ataques a Pessoa e Obra de Cristo Jesus ao longo da História. Certamente estamos diante de um dos principais pilares da nossa fé: “Como cremos em Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”.

“[…] Qualquer cristologia, para ser plenamente adequada, precisa tratar e integrar questões ontológicas e funcionais.” (ERICKSON, 2015, p. 676)

* A PESSOA DE CRISTO

___ “Jesus Cristo”: O nome “Jesus” é a forma grega (Iesous) de Josué, em hebraico Yesûa, cuja etimologia está semanticamente ligada à ideia de salvação. “Cristo”: substantivo grego (khristós) que deriva do verbo khríô, que significa “ungir”. Cristo é literalmente “o Ungido”. Trata-se de uma helenização do termo “Messias”, de origem hebraica, o qual nunca ocorre em Mateus (aliás, em todo o NT só ocorre duas vezes: João 1,41; 4,25).[1]

Quanto à Pessoa de Cristo, as Escrituras afirmam que Ele é imutável: “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente.” (Hb 13:8). Cabe-nos enquanto teólogos buscar compreender esse grande mistério, dentro daquilo que nos é permitido.

Destacamos as palavras de Hermisten Maia que afirma:

Muitos têm um “alto” conceito de Jesus: “grande mestre”, “grande revolucionário”, “líder religioso”, “humanitário”, profeta”, “quase divino”, “cheio de Deus”, etc. Todavia, qualquer juízo a respeito de Cristo que, em primeiro lugar, não reconheça o fato de ele ser Deus encarnado é, na realidade, uma diminuição do seu ser, uma ofensa, uma blasfêmia, não um “elogio”. (MAIA, 2007, p. 59)

Fazendo uma pesquisa exaustiva, podemos perceber que não foi, e nunca será, tarefa simples explicar tais detalhes preciosos a qualquer tipo de ouvinte que estiver atento. Obviamente, depois de acurada pesquisa, estaremos propondo em termos simples aquilo que de mais essencial podemos extrair das fontes examinadas.

Uma vez que Deus é ETERNO, IMUTÁVEL e IMORTAL como ficaria o fato de Jesus ter literalmente estado submisso ao tempo e espaço, haja vista seu desenvolvimento normal desde a infância como homem integral (“crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens.” Lucas 2:52), a encarnação do Logos (“e o Verbo se fez carne” Jo 1:14) e sua passagem pela morte “morreu pelos nossos pecados (1Co 15:3)” onde entre vários outros textos, há uma significativa necessidade de reflexão sobre perguntas que um opositor da fé cristã poderia nos fazer, por exemplo:

  • “Se Deus não morre, como você diz que Jesus é Deus, sendo que Ele passou pela morte?”
  •  “Se Jesus é Homem, como vocês lhe prestam adoração tendo o mandamento de adorar somente a Deus?”
  • “Se Jesus é perfeitamente Homem e ao mesmo tempo perfeitamente Deus, Ele não deveria ser Duas Pessoas?”

Esses são alguns dos vários pontos fundamentais que levaram os teólogos ao longo da História a debater sobre a autenticidade e abrangência tanto da natureza humana quanto divina de Cristo.

Gradativamente a Teologia, ao responder ponto a ponto, foi-se aprimorando até chegar num Dogma conclusivo: A UNIÃO HIPOSTÁTICA.

  • Podemos destacar a definição de ELWELL (1990, p. 591) sobre a união Hipostática:

“na encarnação do Filho de Deus, uma natureza humana foi unida inseparavelmente, para sempre, com a natureza divina na única Pessoa de Jesus Cristo, mas as duas naturezas permaneceram distintas, íntegras e sem mudança, sem mistura nem confusão, de modo que a única Pessoa, Jesus Cristo, é vero Deus e vero homem.”

Norman Geisler em “Fundamentos inabaláveis” (2003, p. 309) lembra que “O Antigo Testamento proíbe adoração a qualquer um ou a qualquer coisa exceto Deus (Êx 20.1-4; Dt  5.6-8); o Novo Testamento concorda (At 14.15; Ap 22.8,9). Todavia Jesus aceitou adoração em nove ocasiões registradas, sem jamais repreender esses adoradores, como documentam as seguintes passagens:

  • Um leproso curado adorou a Jesus (Mateus 8.2).
  • Um dirigente da sinagoga ajoelhou-se perante ele (Mateus 9.18).
  • Os discípulos o adoraram (Mateus 14.33).
  • Uma mulher cananéia ajoelhou-se diante dele (Mateus 15.25.
  • A mãe de Tiago e João adorou-o (Mateus 20.20).
  • Um endemoninhado geraseno prostrou-se diante dele (Marcos 5.6)
  • Um cego que foi curado o adorou (João 9.38).
  • Novamente, todos os discípulos o adoraram (Mateus 28.17)
  • Tomé literalmente chamou-o de “Senhor meu e Deus meu” (João 20.28).

Cada pessoa que se ajoelhou diante de Cristo evidencia sua divindade. Isso é mais claramente demonstrado pelo fato de Jesus ter recusado se prostrar diante do diabo (Mateus 4.8-10). Cornélio é repreendido ao tentar adorá-lo e Pedro explica que ele era apenas um homem (Atos 10.25,26). O próprio apóstolo João foi proibido de se prostrar diante de um anjo que lhe mostrava coisas grandiosas acerca do fim (Ap 19.10; 22.8,9). Tudo isso demonstra a importância de cada joelho que se dobrou e se dobrará diante do Nosso Senhor Jesus Cristo: (para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra – Filipenses 2:10;  ver também: Romanos 14.11; Isaías 45.23).


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Bibliografia

ELWELL, W. A. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Reimpressão em 1 volume: 2009. ed. São Paulo: Vida Nova, v. 3, 1990.

ERICKSON, M. J. Teologia Sistemática. Tradução de Valdemar Kroker, Tiago Abdala Teixeira Neto Robinson Malkomes. 1ª. ed. São Paulo: Vida Nova, 2015.

GEISLER, N. L. Fundamentos inabaláveis: resposta aos maiores questionamentos contemporâneos sobre a fé cristã: clonage, bioética, aborto, eutanásia, macroevolução / Norman Geisler e Peter Boccino. São Paulo: Editora Vida, 2003.

MAIA, H. Fundamentos da Teologia Reformada. 1ª. ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2007.

SPROUL, R. C. Somos Todos Teólogos: Uma Introdução à Teologia Sistemática. São José dos Campos, SP: Editora Fiel, 2017.


[1] Vários autores (2017-04-28). Bíblia -Tradução de Frederico Lourenço. Volume I (Locais do Kindle 1105-1109). São Paulo: Companhia das Letras. Edição do Kindle.

Escrito por
Pr. Felipe Morais
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5 comentários
  • Olá.
    Poderiam fazer um vídeo ou um artigo explicando a formação do Canon Bíblico? Por que nos o aceitamos mesmo sendo uma criação Católica.

    • Podemos sim. Mas já adiantamos que não é o mesmo Cânon. A ICAR acompanhou a LXX (Septuaginta) que contém os 7 livros deuterocanônicos, enquanto os protestantes aderiram ao cânon hebraico do Concílio de Jâmnia (concílio judeu) que recusava esses livros. Logo, vê-se a grande distinção entre a ICAR e os protestantes nesse assunto. Falamos disso com muito mais profundidade no Curso de Teologia. Caso deseje conhecer: https://www.cursobiblicoonline.com.br/teologia/
      Deus te abençoe.

  • Gostaria muito de aprender o conhecimento da palavra de Deus. fazer um curso de teologia completo pra ter mais conhecimento. Gosto muito de aprender mais sobre a palavra de Deus .. não perdi nem uma postagem do telegram. Boa noite