Números 2 – A Ordem das 12 Tribos de Israel no Acampamento em volta do Tabernáculo e a Igreja!
Todo o complexo do Tabernáculo, bem como sua Tenda, era montado com as entradas voltadas para o leste (oriente), que é o lado do sol nascente. Isso porque, ao nascer o dia, os primeiros solares, isso é; as primícias da luz, serviriam para iluminar a frente das portas do Santuário.
“— Os filhos de Israel acamparão junto ao seu estandarte, segundo as insígnias da casa de seus pais; eles acamparão ao redor da tenda do encontro e de frente para ela.” – Números 2:2
Todas as tendas no acampamento de Israel no deserto deveriam estar com as portas direcionadas para o Tabernáculo, que tipifica Cristo, é o centro das atenções e o centro da comunidade do povo de Deus.
A tribo de Levi (representa os obreiros), que por ficar a serviço do Santuário e de todas as coisas sagradas ficava imediatamente acampada ao redor do Tabernáculo.
Mas os levitas não foram contados entre os filhos de Israel, como o Senhor havia ordenado a Moisés. – Números 2:33
Lembre-se que, embora não exista a “tribo de José”, seus 2 filhos Efraim e Manassés ocupam 2 lugares entre as 12 Tribos suprindo assim os locais que seriam de José e Levi entre as 12 tribos.
As 12 Tribos de Israel deveriam ficar acampadas em volta do Tabernáculo e dispostas em grupos de 3, que são chamados de “arraial”. Haviam 4 tribos principais: Judá, Efraim, Dan e Rubén. As demais tribos ficavam acampadas em torno da tribo líder.
Cada acampamento tinha sua própria bandeira (chamada também de “estandarte”) e cada tribo possuía a insígnia das casas paternas (símbolos que remetiam aos seus patriarcas – cf. Nm 2:2).
São estes os que foram contados dos filhos de Israel, segundo a casa de seus pais; todos os que foram contados dos arraiais pelas suas turmas ... Assim fizeram os filhos de Israel. ... assim acamparam conforme os seus estandartes e assim marcharam, cada qual segundo as suas famílias, segundo a casa de seus pais. – Números 2:32,34
A Unidade na Diversidade do povo de Deus
Embora todas as 12 Tribos (descendentes dos 12 filhos de Jacó/Israel) formassem 1 só povo de Deus, cada uma dessas tribos tinham suas particularidades.
Essa personalidade tribal, fará com que se desenvolva na nação de Israel uma cultura unificada em alguns pontos (principalmente em relação à centralidade do culto no Santuário), mas também distinta em outros aspectos.
Um bom exemplo disso é que todas as tribos falavam a mesma língua, mas havia uma diferença entre elas nas pronúncias de algumas palavras. Exatamente como ocorre com as várias regiões do Brasil onde percebemos que todos falamos português, porém existem gírias e sotaques regionais distintos:
Em uma batalha, os homens de Gileade detectavam a origem de um Efraimita pela sua pronúncia da palavra. Eles capturavam os fugitivos de Efraim e perguntavam: “Você é efraimita?” Se respondesse que não, os homens de Gileade lhe diziam: “Então diga ‘Chibolete’(שִׁבֹּלֶת).” Se ele dizia “Sibolete”(סִבֹּלֶת), não podendo pronunciar corretamente a palavra, eles o agarravam e matavam nos vaus do Jordão. (Juízes 12:5-6)
A Revelação das Igrejas no Acampamento das 12 Tribos de Israel
Essa multiplicidade cultural entre as 12 tribos, nos proporciona o cenário perfeito para uma aplicação dessa imagem ao povo de Deus ainda hoje, isto é; a unidade e pluralidade da Igreja.
Se por um lado as 12 Tribos estavam orientadas para o Tabernáculo, as Igrejas estão centralizadas em Cristo.
O centro das igrejas deve ser Cristo. Ele é o centro do culto, da pregação (que deve ser cristocêntrica), do louvor, etc. Uma Igreja verdadeira sempre terá sua “tenda” (doutrinas) voltadas para Cristo, do contrário não se trata de uma igreja e sim de uma seita.
As seitas não miram Cristo como a base de suas doutrinas. Pelo contrário, procuram substituir todos os efeitos da Obra redentora por outras doutrinas várias e estranhas (ver Hebreus 13:9).
As seitas não reconhecem a plena Divindade de Cristo e, por isso negam adoração ao Cordeiro de Deus. Fuja desses grupos!
Por outro lado, as Igrejas sempre reconhecem a absoluta Divindade de Cristo em comunhão com Deus, o Pai. E, exatamente por isso, a Igreja sempre adora a Jesus Cristo como Deus!
Esse é só um dos muitos exemplos (mas, talvez o principal) de centralidade doutrinária em relação a Cristo no meio da Igreja.
Se você ainda está em dúvidas quanto a isso, convido a conferir a poderosa visão que Deus deu a João em Apocalipse 5, onde toda a Criação ADORA a Deus e ao Cordeiro:
Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de milhões e milhares de milhares, proclamando com voz forte:
“Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a honra, a glória e o louvor.”
Então ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava dizendo:
“ÀQUELE que está sentado no trono E AO CORDEIRO sejam o louvor, a honra, a glória e o domínio para todo o sempre.”
E os quatro seres viventes respondiam: “Amém!” Também os anciãos SE PROSTRARAM e ADORARAM. (Apocalipse 5:11-14)
A Igreja é ao mesmo tempo singular e plural
Assim, de maneira maravilhosa, esse segundo capítulo de Números nos chama a atenção para a grande diversidade e unidade da Igreja do Senhor.
Podemos observar essas diferenças culturais e de características locais, principalmente pelos problemas encontrados em cada congregação, através do testemunho que Jesus dá acerca de cada uma das 7 Igrejas do Apocalipse, entre tantos outros relatos dos apóstolos acerca de outras igrejas não citadas em Apocalipse, denominadas como todas as igrejas dos gentios (Rm 16:4); todas as igrejas de Cristo (Rm 16:16); as igrejas dos santos (1Co 14:33); lemos sobre as demais “igrejas de Deus” espalhadas pelo mundo (1Co 11:16; 1Ts 2:14; 2Ts 1:4); as igrejas da Síria e Cilícia (At 15:41) as igrejas da Galácia (Rm 16:1; Gl 1:2); as igrejas da província da Ásia (Rm 16:19); as igrejas da Macedônia (2Co 8:1) as igrejas da Judeia (Gl 1:22; 1Ts 2:14); além das cartas às igrejas de Jerusalém, Roma, Corinto, Galácia, Tessalônica, Colossos, Filipos,; e, em Apocalipse o Espírito diz “às Igrejas” de modo geral (Ap 2:7,11,17,29; 3:6,13,22) e Jesus também se dirige “às Igrejas” de modo geral (Ap 22:16), etc.
Portanto, embora exista uma unidade na Igreja tanto em toda a História, se tratando das igrejas de todos os tempos, como em todos os lugares; há também de se reconhecer uma particularidade em cada congregação individualmente. Isso faz parte da multiplicidade do povo de Deus e das várias formas que Ele trabalha com seu povo em cada nação no mundo inteiro!
“Sirvam uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como encarregados de administrar bem a multiforme graça de Deus.” 1 Pedro 4:10
“E isso para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida dos principados e das potestades nas regiões celestiais, segundo o eterno propósito que Deus estabeleceu em Cristo Jesus, nosso Senhor.” Efésios 3:10-11
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Veja esse Capítulo 2 do Livro de Números explicado, ponto a ponto no vídeo abaixo:
Imagina o coração de Balaque ao ver todo esse povo marchando em sua direção?
Excelente conteúdo pastor, que o Senhor Jesus lhe dê saúde, te fortaleça a cada dia, e renove sua fé a cada dia que Ele lhe permitir está de pé para um novo dia aqui nessa terra, pois a Igreja de Cristo necessita dessa qualidade de alimento. Eu tenho sido muito edificado com os seus, do Pr. Rafael e do Jota, estudos.