Alguns vão argumentar que o Sábado é “Estatuto Perpétuo” ou “aliança perpétua” e, por isso deve ser praticado por todos os cristãos eternamente.
O termo hebraico עולמּ ʿôlam em alguns casos é traduzido como “perpétuo, eternamente ou para sempre”, mas também como “não duram para sempre” (Pv 27.24); “jamais” (Is 25.2); “em tempo nenhum” (Sl 104.5); “nunca” (Jz 2.1; Sl 119.93); “não será jamais” (Sl 15.5; 112.6); “por muito tempo” (Is 42.14; 64.5); “antigo” (Pv 22.28; 23.10; Is 63.11Ez 26.20; Ml 3.4) “da antiguidade” (Dt 32.7; Is 46.9; Is 63.9; Am 9.11); “antigas” (Is 51.9; Jr 6.16; 18.15); “antigamente” (Js 24.2); “antigo” (Ez 26.20); “as antigas” (Is 58.12); etc.
Esse termo significa algo de longa duração, antiguidade, futuro, para sempre, sempre, eternamente, para todos os tempos, sem fim, perpétuo, velho, antigo, longo tempo. Isso vai depender muito do contexto. E, nos casos relacionados à velha aliança, obviamente quando entra em vigor a Nova Aliança esses preceitos não se aplicam mais.
O que é traduzido por “Perpétuo”, muitas vezes significava que tais preceitos deveriam serem realizados durante todo o tempo em que aquela velha aliança estivesse em vigor.
Ou seja, a maioria das vezes, esse termo não significa “para sempre” no sentido de “Eternidade”, até porque nesse caso do descanso precisamos entender que na Eternidade, com corpos glorificados, não haverá necessidade de descansar, pois será um descanso eterno (Hb 4.11).
Veja alguns dos exemplos de alianças e estatutos “perpétuos” que não existem mais como eram no velho testamento:
A Circuncisão – Circuncidar todos os homens descendentes de Abraão era uma “aliança perpétua” – Gn 17.13,14
Na Nova Aliança, em Cristo, temos a Circuncisão do Coração – Rm 2.29; Gl 5.6; Gl 6.15; Cl 2.11
Os filhos de Israel devem guardar o sábado como uma “aliança perpétua” – Êx 31.16
O sábado é cumprido em Cristo como “o Descanso” das nossas almas e o sábado (sétimo dia) é uma tipologia do Reino de Cristo – Mt 11.28-30; Hb 4.3; Hb 11.11
O sábado ou qualquer outro dia especial eram sombras das coisas futuras que se cumpriram em Cristo – Rm 14.5,6; Cl 2.16,17
Os sacerdotes deveriam cuidar da manutenção semanal dos pães da proposição (todos os sábados) como uma “aliança perpétua” – Lv 24.8
Os 12 pães da proposição representavam a totalidade do povo de Deus na antiga aliança. Hoje, o grande sacerdote que cuida do seu povo é o próprio Cristo – Ap 2.1
A porção da oferta que eram dadas aos sacerdotes era uma “aliança perpétua” – Lv 7.33-36; 10.14,15; Nm 18.8,11,19
A porção das ofertas aos sacerdotes, na Nova Aliança é o sustento dos obreiros – 1Co 9.6-14; 2Co 11.8; 1Tm 5.18; etc.
Outros textos sobre “aliança perpétua” (1Cr 16.17; Sl 105.10; Is 55.3; Ez 37.26).
Celebrar a Páscoa e a festa dos Pães Ázimos comendo um cordeiro assado, pães sem fermento e ervas amargas era um “estatuto perpétuo”– Êx 12.8,14, 17
Manutenção diária do azeite do tabernáculo era um “estatuto perpétuo” – Êx 27.20,21; Lv 24.3
Utilizar as vestes sacerdotais para ministrar no Tabernáculo era um “estatuto perpétuo” – Êx 28.43; 29.9
Os sacerdotes devem lavar as mãos e os pés na bacia de bronze antes de entrar no Tabernáculo era um “estatuto perpétuo” – Lv 30.21
Não comer as gorduras dos sacrifícios era um “estatuto perpétuo” – Lv 3.17
Todos os homens descendentes de Arão comerão as ofertas de manjares era um “estatuto perpétuo” – Lv 6.18
A cerimônia de consagração dos sacerdotes era um “estatuto perpétuo” – Lv 6.19-23
Os levitas, os “filhos de Levi”, farão o serviço do Tabernáculo e receberiam os dízimos era um “estatuto perpétuo” – Nm 18.21-24
Proibição de beber vinho ou bebida forte aos sacerdotes quando entrarem na tenda era um “estatuto perpétuo” – Lv 10.9
O Sumo Sacerdote fazer os sacrifícios e entrar no Tabernáculo uma vez por ano para fazer expiação pelo povo que deverá estar jejuando e guardando um dia de descanso “shabbat” no décimo dia do sétimo mês era um “estatuto perpétuo” – Lv 16.29-34
Israel deveria levar os animais para sacrifícios somente ao Senhor e não mais aos demônios era um “estatuto perpétuo” – Lv 17.7
Não comer pão, nem trigo torrado, nem espigas de trigo verdes até o dia em que levar as primícias ao Senhor era um “estatuto perpétuo” – Lv 23.14
O “shabbat” do dia de pentecostes era um “estatuto perpétuo” – Lv 23.21
O “shabbat” do dia da expiação era um “estatuto perpétuo” – Lv 23.31,32
Celebração anual da festa das cabanas era um “estatuto perpétuo”– Lv 23.41-43
Os pães da proposição são de consumo dos filhos de Arão era um “estatuto perpétuo” – Lv 24.9
Os levitas terão direito perpétuo de resgatar suas casas era um “estatuto perpétuo” – Lv 25.32
O toque das duas trombetas de prata pelos filhos de Arão era um “estatuto perpétuo” – Nm 10.1-8
As leis acerca das ofertas serão as mesmas para os israelitas e os estrangeiros era um “estatuto perpétuo” – Nm 15.15,16
O homem que ajuntou as cinzas da novilha vermelha deverá lavar suas roupas e ficará impuro até a tarde era um “estatuto perpétuo” – Nm 19.10
Aquele que aspergir a água purificadora lavará as suas roupas, e quem tocar a água purificadora ficará impuro até a tarde era um “estatuto perpétuo” – Nm 19.21
Cada um desses elementos “perpétuos” são sombras das coisas espirituais que são reveladas na Nova Aliança.
Sendo assim, os “estatutos perpétuos” deveriam ser cumpridos permanentemente até que fossem cumpridos em Cristo que introduziria a Nova Aliança!
Falando da primeira aliança e a nova aliança, a Bíblia diz: “Quando ele diz Nova, torna velha a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a desaparecer.” (Hebreus 8.13)
Prova disso são os vários exemplos de “estatutos perpétuos” que foram cumpridos em Cristo e não mais tem valor algum na Nova Aliança.
Jesus não veio destruir a Lei como se tudo o que estava escrito não tivesse uma missão profética e espiritual para ser cumprida pois cada detalhe da Lei permanecerá “até que tudo se cumpra.” (Mateus 5:18). Sendo assim, Ele veio dar início ao cumprimento do que estava escrito:
— Não pensem que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, mas para cumprir. (Mateus 5.17)
Pois, com o sacrifício da Cruz, Cristo não só cumpriu os mandamentos como também “aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças” Efésios 2:15
O Sábado, na primeira aliança era uma sombra poderosa, pois apontava para o Descanso Eterno!
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Para saber mais sobre o tema “SÁBADO” acesse os estudos abaixo:
Senhor, obrigado pela riqueza de detalhes da Tua Palavra!
Essa palavra sábado( shabat) está no texto também de Mateus11:29?
PR. Felipe, tenho aprendido muito com seus estudos o senhor tem congregação em Recife? Quais Estados tem congregação ?
A expressão grega usada em Mateus 11.29 é “ἀνάπαυσις” anapausis que significa: 1) intermição, interrupção de algum movimento, negócio ou trabalho 2) descanso, recreação. É um sinônimo de sábado. Observe que essa expressão vem imediatamente ligada ao contexto do sábado: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve. Por aquele tempo, em dia de sábado, passou Jesus pelas searas. Ora, estando os seus discípulos com fome, entraram a colher espigas e a comer. Os fariseus, porém, vendo isso, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer em dia de sábado. Mas Jesus lhes disse: Não lestes o que fez Davi quando ele e seus companheiros tiveram fome? Como entrou na Casa de Deus, e comeram os pães da proposição, os quais não lhes era lícito comer, nem a ele nem aos que com ele estavam, mas exclusivamente aos sacerdotes? Ou não lestes na Lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa? Pois eu vos digo: aqui está quem é maior que o templo. Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos”, não teríeis condenado inocentes. Porque o Filho do Homem é senhor do sábado.” Mateus 11:28 – 12:8
O Criador também não precisava de descansar após a criação mas fê-lo para nosso exemplo!
Está escrito que de um sábado a outro e de uma lua nova a outra o adoraremos por toda a eternidade.
Muito bom seu comentário irmã! O verso que você citou só reforça a ligação entre os sábados, as festas e a lua nova:
“De uma Festa da Lua Nova à outra e de um sábado a outro, toda a humanidade virá adorar diante de mim”, diz o Senhor.” (Isaías 66:23).
Observe que foi exatamente isso que Paulo diz, no Novo Testamento, que eram apenas sombras (e não realidade) das coisas futuras que se cumprem em Cristo: “Portanto, que ninguém julgue vocês por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo.” (Colossenses 2:16,17).
Sendo assim, o trecho de Isaías diz que TODOS OS DIAS SÃO IGUAIS (cf. Romanos 14:5), pois está escrito “de um sábado a outro” e não “APENAS nos Sábados”; assim como “de uma Lua Nova (início do mês) a outra” – significando que a adoração será a semana inteira e o mês inteiro – e não “apenas no dia que aparece a Lua Nova” como acontecia no Antigo Testamento. Espero ter compreendido. Deus te abençoe!